Diante da injustiça, a covardia se veste de silêncio (Julio Ortega) - frase do blog http://www.findelmaltratoanimal.blogspot.com/

domingo, 4 de outubro de 2015

São Francisco de Assis pede socorro...

Obra de Caravaggio (Michelangelo Merisi)
Por Aristeu Vegano

São Francisco de Assis nascido em Úmbria (perto de Assis), na Itália, no dia 5 de julho de 1182. Filho de um rico comerciante recebeu educação voltada para os negócios. Com 16 anos participou da luta contra a nobreza feudal, foi aprisionado na cidade de Perúgia, onde ficou um ano no cárcere. Em 1203, de volta à cidade natal, Francisco entrega-se a uma vida de festas. Em 1206, orando na Capela de São Damião, ouviu um chamado de Cristo que dizia: “Vá, Francisco e restaure minha casa”. Desde então, entrega-se ao serviço de Deus e dos mais necessitados. Em 1208 faz votos de pobreza e começa a pregar sua doutrina. Em 1224, opta pela vida na floresta, em contato com os animais. 
Dia 4 de outubro é o dia que São Francisco voltou para o pai. Na verdade, foi um dia antes, mas a Igreja decretou o dia 4 como a celebração mundial em sua homenagem. 
Bem, no âmbito religioso, sem sombra de dúvida, São Francisco de Assis, como patrono da ecologia e defensor dos animais, não estaria nem um pouco satisfeito com os valores desagregados de sua obra e sua representação em defesa de seus irmãos, os animais, como dizia “Ele”. Há que se pensar sobre alguns fatos...


Poderia São Francisco de Assis, considerado o protetor dos animais, aprovar certas condutas dentro de templos considerados sagrados? Um símbolo da escravidão de seres sencientes, confeccionado com um pedaço de animal, (um chifre) como o Berrante por exemplo, instrumento utilizado para arrebanhar o gado, escravizado por sinal, poderia ser utilizado (tocado) na hora da consagração do corpo e sangue de Jesus Cristo, nosso salvador? Em nome de que? De uma tradição? De uma cultura? De um costume? Reflitamos um pouco sobre isso...
Admitir o comércio de alimentos para beneficiar a, b ou c, inclusive instituições religiosas, cujos ingredientes são pedaços de animais (carnes, peixes e aves) ou secreções (laticínios) oriundos de “fábricas de animais” cujos objetos “fabricados” (seres vivos) nem se quer viram o sol ou tiveram o direito de pisar no chão? Há dúvidas no ar quanto à existência de paz e harmonia diante de tanto sangue derramado, desnecessariamente... Pensemos um pouco, como a carninha vem parar no prato das pessoas? Clamemos pelo direito dos animais viverem paz...
Instituições religiosas promovendo leilões de gado para angariar fundos? Um ser vivo sendo considerado objeto? Talvez não percebamos a gravidade deste ato por que nascemos neste modelo, onde o direito de propriedade se estende a algo vivo? É diferente de nos apropriarmos de um carro, um computador, um celular, uma casa, uma bicicleta... Um dia os humanos também, indevidamente, se apropriaram uns dos outros, mas mesmo demorando muito, as vítimas foram abolidas pelos movimentos de pessoas que discordaram disso? Estes defensores eram ridicularizados! Hoje, outro movimento de abolição se intensifica! Somos mais de seiscentos milhões de pessoas no mundo que, a exemplo de tempos passados, nos utilizamos deste principio, o da desobediência, para que, mesmo contestados, lutamos pela libertação daqueles que não tem voz e nem vez. Precisamos de pessoas sensíveis no nosso movimento, que não se deixam se escravizar pela indústria da morte e farmacêutica! Venham conosco... 
Karen Davis, PhD (Prisoned Chickens, Poisoned Eggs; 1996) disse: "Pode alguém considerar um ser vivente como propriedade, investimento, um pedaço de carne, uma "coisa", sem degenerar em crueldade contra essa criatura?" 
Os animais, (vacas, galinhas, porcos etc.) considerados de consumo, seres semoventes, pelos antropocêntricos, especistas e eletistas, não têm o mesmo valor e respeito quanto a um cão, um gato, tanto que eles saem da passeata ou da procissão e vão comer rodízio de carnes nos restaurantes! Como diz, com muita propriedade, Sônia Teresinha Felipe, doutora em filosofia moral e teoria política pela Universidade de Konstanz, Alemanha. Vegana fervorosa, abolicionista e defensora dos direitos dos animais...
O Código de Hamurabi composto por volta de 1772 a.C. já reforçava estes perfis e se manteria até os dias de hoje, não fosse a coragem de pessoas que desobedeciam as classes dominantes e, ao repugnar certas normas e condutas, convenientes para alguns, influenciavam para as mudanças das leis. Vale a pena pesquisar sobre isso...
"A carne é o alimento de certos animais. Todavia, nem todos, pois os cavalos, os bois e os elefantes se alimentam de ervas. Só os que têm índole bravia e feroz, os tigres, os leões etc. podem saciar-se em sangue. Que horror é engordar um corpo com outro corpo, viver da morte de seres vivos." Pitágoras
Há um fenômeno chamado de “bovinização do corpo”, a que os cientistas se referem pelo consumo de carnes (e derivados) acompanhadas de antibióticos, toxinas e hormônios de crescimento, presentes nestes produtos. Os corpos das pessoas estão se moldando a este formato (de boi), devido a ingestão exagerada de tais substâncias, não é grave isso? Pesquisemos mais sobre isso... 
Se os abolicionistas, na época não fossem insistentes, estariam os escravos até hoje em nossos quintais. Depois da mudança da lei, ainda demorou setenta anos para a efetivação da Abolição. Nossa geração talvez não experimente a alegria da libertação completa destes seres, mas devemos fazer nossa parte! Divulguemos esta nova percepção do acesso a dimensões maiores da nossa consciência, da revisão de nossa conduta moral e ética...
"Jamais creia que os animais sofrem menos do que os humanos. A dor é a mesma para eles e para nós. Talvez pior, pois eles não podem ajudar a si mesmos." - Dr. Louis J. Camuti
O modelo social vigente perpetua injustiças que devem ser revistas por aqueles que, com sensibilidade, saem em defesa daqueles que não tem como se defender, os animais! Juntem-se a nós...
Chega! Nossa sociedade não precisa escravizar animais para o trabalho, carroças podem ser substituídas por veículos! O valor de um cavalo com uma carroça e de uma pikup, é o mesmo! Para colaborar é só não contratar! Aos poucos vamos libertando estes escravos, podem ter a certeza de que eles não queriam estar ali ou lá! Muitos deles após trabalharem duramente por muitos anos, amarrados ao sol como vimos muitas vezes e não fizemos nada, ainda são enviados aos frigoríficos, parte deles viram carne seca... Diga não as puxadas! Libertemos os animais e livremo-nos desta dependência de outros seres que a humanidade vive...
Não há uma gota de leite, fora da vaca, que não tenha sido arrancado à força, hoje toda secreção é extraída com motor, incluindo pus e sangue, que também estão presentes em cada copo.
Sonia T. Felipe - Galactolatria 
Outra forma de exploração, os rodeios! Em Amsterdã/Holanda/1999, houve um tratado, quando os neurocientistas declararam a senciência dos animais, ou seja, todos eles são capazes de experimentar emoções, sentem dor, sofrem com a solidão, o pânico, a escravidão, a submissão, o medo, o estresse, a aflição, o excesso de alimentação... Possuem inteligência e memória, querem mover-se para prover-se, escolherem sua alimentação, pisar no chão, ver o sol, alguns querem bater suas asas, não querem ser escravizados, muito menos serem abatidos e despedaçados, assim, morrerem prematuramente... Quando vemos animais de rodeio, bonitos, fortes e gordos, também não é sinal de bons tratados, como tentam defender alguns bem-estaristas, ao contrário, estes animais possuem energias acumuladas e morrem prematuramente, exatamente por isso, oito segundos “só” (mas uma eternidade) para queimarem estas calorias não são suficientes, o que não é aceito e nem divulgado amplamente. Um dia questionei um vaqueiro, ele me disse: “É só não ir lá! Respondi: Pergunte ao touro se ele que ir lá? - Claro que não! Então o touro participa disso contra a própria vontade? É justo? Não dá mais para alegar inocência... Estudem e descobrirão horrores sobre desta prática esportiva, como alguns denominam... 
Pássaros foram feitos para voar! Muitos nascem, vivem e morrem sem bater suas asas direito, não conhecem a liberdade! Liberte estes escravos indefesos e inocentes... Diga não as gaiolas...
Enquanto líderes religiosos apoiarem atitudes incompatíveis com a visão, que São Francisco de Assis teria hoje, infelizmente retardarão as conquistas do reconhecimento do animal como um sujeito de direito, pertencente a um reino criado por Deus, como defende, fervorosamente, Gary Francione, Escritor Americano Abolicionista Radical. Pensem na dor, na crueldade, no sofrimento e na morte prematura dos comem e dos que são comidos...
Francisco de Assis foi canonizado em 1228 e seu culto é associado à "proteção dos animais". Em 1979, o Papa João Paulo II proclamou-o santo patrono dos ecologistas.
Como São Francisco de Assis dizia: “Comece fazendo o que é necessário (tome uma atitude), depois o que é possível (faça você primeiro), e de repente você estará fazendo o impossível (sensibilizando outras pessoas).”
Esta é uma parte, das bilhões de informações sobre o tema, recomendo, sempre, que pesquisem...
Pela abolição da escravatura animal, já!
Até o próximo sábado!
Contato: aristeuvegano@gmail.com e www.veganosdosol.com.br
Aristeu Aparecido Rodrigues
Pedagogo Empresarial