Diante da injustiça, a covardia se veste de silêncio (Julio Ortega) - frase do blog http://www.findelmaltratoanimal.blogspot.com/

domingo, 13 de janeiro de 2013

Cupuaçu


Por Luiz Roberto Barbosa Morais


O cupuaçu, nativo da região Amazônica, é uma pequena árvore que mede de quatro a oito metros quando cultivado ou até com 18 m de altura nos indivíduos silvestres, na mata alta. Pertence à mesma família e gênero do cacau.

A fruta é muito grande, em forma de cilindro com extremidades arredondadas, podendo atingir até 30cm de comprimento, pesando, em média, 1,2 kg. Na maturação os frutos caem sem o pedúnculo, quando começam a liberar o cheiro característico, o que indica a perfeita maturação dos mesmos.
O fruto contém uma polpa suculenta e cremosa, com sabor característico, aderido de 20 a 30 sementes ovaladas e grandes.

A manteiga do cupuaçu é semelhante a “manteiga” do cacau, porém com qualidade superior porque é extraída de sementes que contêm, aproximadamente, 45% de óleo.

A produção em plantios comerciais é iniciada a partir do terceiro ano e alcança, em média, 12 frutos por árvore. Recomenda-se o plantio de 180 plantas por hectare, que pode chegar a uma produtividade média de 2148 frutos, que corresponde a 990 kg de polpa e 443 kg de sementes (em média o fruto tem 38,4 % de polpa, 17,2 % de sementes e 44,4 % de casca). Em geral, com uma tonelada de sementes frescas, se produz 135 kg de manteiga de cupuaçu.

Popularmente, do cupuaçu utiliza-se apenas a sua polpa para consumo: sucos, sorvetes, cremes e doces. A remoção da polpa é uma operação trabalhosa e efetuada através de tesoura. Em algumas regiões as sementes são fermentadas, secas ao sol, torradas, trituradas no pilão e utilizadas como chocolate comum, também chamado de cupulate.

O(a) óleo/manteiga extraído das sementes do cupuaçu oferece propriedades fantásticas para a indústria cosmética.

A manteiga de cupuaçu é um triglicerídeo que apresenta uma composição equilibrada de ácidos graxos saturados e insaturados, o que confere ao produto um baixo ponto de fusão aproximadamente 30°C) e aspecto de um sólido macio que funde rapidamente ao entrar em contato com a pele.
A manteiga de cupuaçu possui alto poder de absorção de água, aproximadamente 240% superior ao da lanolina, atuando como um substituto vegetal da mesma. Ela contém fitoesteróis (especialmente beta-sitosterol) que atuam na célula, regulando o equilíbrio hídrico e a atividade dos lipídeos da camada superficial da pele. O alto poder de absorção da água desta manteiga pode ser atribuído às
pontes de hidrogênio formadas entre as moléculas de água e os fitoesteróis. Os fitoesteróis estão sendo utilizados nos tratamentos de dermatites e afecções por estimular o processo de cicatrização.


Luiz Morais formou-se em química e engenharia química pela UFPA (Universidade Federal do Pará), onde também se especializou em química de óleos e gorduras. Diretor da www.amazonoil.com.br

Manteiga de cupuaçu: www.lojagerminar.com.br

Copaíba


Por Luiz Roberto Barbosa Morais

Existem várias espécies de copaíba, embora apresentem algumas diferenças botânicas, em todas elas são atribuídas a mesma utilização medicinal-cosmética. A copaíba é adaptada a uma grande variedade de ambientes e ocorre em florestas tanto na terra firme como nas áreas alagadas, pode alcançar de 25 a 40 metros de altura e viver até 400 anos.

O processo de extração do óleo-resina de copaíba ainda é artesanal. Com um furador, perfura-se a árvore a 60 ou 70 centímetros do chão, até o centro do caule. Em seguida, coloca-se um cano embaixo do orifício para que o óleo escoe até um recipiente colocado no solo. Deixa-se o óleo escorrer por alguns dias e, ao final da colheita, o orifício é vedado com argila para impedir a infestação da árvore por fungos ou cupins. A árvore deverá descansar no mínimo três anos antes da próxima extração. Este processo é denominado extração racional. O rendimento médio de cada árvore adulta é de quatro a cinco litros por extração.

A germinação das sementes é rápida, porém, é uma árvore com taxas de crescimento lento, alcançando apenas 50 cm por ano. A extração do óleo-resina não deve ser realizada antes que a árvore alcance um diâmetro de 40 cm.

As utilizações da medicina tradicional para o óleo-resina de copaíba são muitas e indicam grandes variedades de propriedades farmacológicas. É muito apreciado como cicatrizante e anti-inflamatório para tratar infecções nas vias respiratórias e urinárias. É conhecido como um antibiótico natural que age eficazmente contra bactérias gram positivas. No processo industrial-cosmético é utilizado como um componente de fragrância em perfumes e em preparações como sabões e cremes por suas propriedades antibactericidas, anti-inflamatórias e emolientes.

Um dos principais problemas da comercialização do óleo-resina de copaíba é a sua adulteração, geralmente com óleo vegetal. Uma das formas convencionais de atestá-la é determinando seu índice de acidez – inferior a 80 mgKOH/g de óleo-resina é indício de contaminação. Quanto menor for o índice de acidez do óleo-resina de copaíba maior a quantidade de óleo vegetal nele misturado.

Luiz Morais formou-se em química e engenharia química pela UFPA (Universidade Federal do Pará), onde também se especializou em química de óleos e gorduras. Diretor da www.amazonoil.com.br

Óleo de copaíba: www.lojagerminar.com.br

Castanha-do-pará


Por Luiz Roberto Barbosa Morais

A castanha-do-pará ou castanha do Brasil é uma árvore muito grande, majestosa e frondosa, alcançando frequentemente uma altura de 50 metros e mais de dois metros de base. O fruto da castanheira é chamado de ouriço e no seu interior abriga, em media, 18 amêndoas. Para a retirada das amêndoas é preciso quebrar o ouriço, que tem uma casca muita dura e não abre espontaneamente.

Uma árvore adulta produz em media 125 litros de castanha (em média 45 sementes/litro). A semente descascada possui cerca de 70% de óleo, na prensagem mecânica (sem a utilização de solventes) retira-se 40% desse óleo, ou seja, cada castanheira pode produzir até 50 litros de óleo.

Popularmente a amêndoa da castanha é muito utilizada como ingrediente na culinária e na fabricação de doces. Seu valor protéico, bastante expressivo, é de 18%, comparado como “carne vegetal”, sendo que o consumo de duas amêndoas equivale o valor protéico de um ovo.

O leite da castanha, semelhante ao leite de coco, é usado no preparo de pratos típicos regionais. O óleo da castanha é aplicado nos cabelos para, em contato com o sol, clareá-los. É utilizado por adolescentes e gestantes na prevenção de estrias. O preparo de um chá (deixando água por algumas horas dentro do ouriço) é considerado um ótimo remédio para hepatite, anemia e problemas intestinais.

O óleo de castanha é altamente nutritvo, contendo 75% ácidos graxos insaturados compostos, principalmente, por palmítico, olêico e linolêioco, além do fitoesteróis sistosterol e as vitaminas lipossolúveis A e E. Extraído da primeira prensagem pode se obter um azeite extra-virgem, podendo substituir o azeite de oliva por seu sabor suave e agradável e utilizado em saladas e refogados.

A castanha é uma rica fonte em magnésio, tiamina e possui as mais altas concentrações conhecidas de selenium (126 ppm), com propriedades antioxidantes. Algumas pesquisas indicaram que o consumo de selênio está relacionado com uma redução no risco de câncer de próstata e problemas de tireoides.
As proteínas encontradas são muito ricas em aminoácidos sulfurados como cisteina (8%) e metionina (18%) e a presença desses aminoácidos (methionine) melhora a adsorbção de selênio e outros minerais.

A indústria cosmética emprega o óleo de castanha por suas propriedades antirradicais livres, antioxidantes e hidratantes nas formulações antiaging, que previne o envelhecimento cutâneo e é considerado um dos melhores condicionadores para cabelos danificados e desidratados.


Luiz Morais formou-se em química e engenharia química pela UFPA (Universidade Federal do Pará), onde também se especializou em química de óleos e gorduras. Diretor da www.amazonoil.com.br

Óleo de castanha-do-pará: www.lojagerminar.com.br