Por Luiz Roberto Barbosa Morais
O cupuaçu, nativo da região Amazônica, é uma pequena árvore
que mede de quatro a oito metros quando cultivado ou até com 18 m de altura nos
indivíduos silvestres, na mata alta. Pertence à mesma família e gênero do
cacau.
A fruta é muito grande, em forma de cilindro com
extremidades arredondadas, podendo atingir até 30cm de comprimento, pesando, em
média, 1,2 kg. Na maturação os frutos caem sem o pedúnculo, quando começam a
liberar o cheiro característico, o que indica a perfeita maturação dos mesmos.
O fruto contém uma polpa suculenta e cremosa, com sabor
característico, aderido de 20 a 30 sementes ovaladas e grandes.
A manteiga do cupuaçu é semelhante a “manteiga” do cacau,
porém com qualidade superior porque é extraída de sementes que contêm,
aproximadamente, 45% de óleo.
A produção em plantios comerciais é iniciada a partir do
terceiro ano e alcança, em média, 12 frutos por árvore. Recomenda-se o plantio
de 180 plantas por hectare, que pode chegar a uma produtividade média de 2148
frutos, que corresponde a 990 kg de polpa e 443 kg de sementes (em média o
fruto tem 38,4 % de polpa, 17,2 % de sementes e 44,4 % de casca). Em geral, com
uma tonelada de sementes frescas, se produz 135 kg de manteiga de cupuaçu.
Popularmente, do cupuaçu utiliza-se apenas a sua polpa para
consumo: sucos, sorvetes, cremes e doces. A remoção da polpa é uma operação
trabalhosa e efetuada através de tesoura. Em algumas regiões as sementes são
fermentadas, secas ao sol, torradas, trituradas no pilão e utilizadas como chocolate
comum, também chamado de cupulate.
O(a) óleo/manteiga extraído das sementes do cupuaçu oferece
propriedades fantásticas para a indústria cosmética.
A manteiga de cupuaçu é um triglicerídeo que apresenta uma
composição equilibrada de ácidos graxos saturados e insaturados, o que confere
ao produto um baixo ponto de fusão aproximadamente 30°C) e aspecto de um sólido
macio que funde rapidamente ao entrar em contato com a pele.
A manteiga de cupuaçu possui alto poder de absorção de água,
aproximadamente 240% superior ao da lanolina, atuando como um substituto
vegetal da mesma. Ela contém fitoesteróis (especialmente beta-sitosterol) que
atuam na célula, regulando o equilíbrio hídrico e a atividade dos lipídeos da
camada superficial da pele. O alto poder de absorção da água desta manteiga
pode ser atribuído às
pontes de hidrogênio formadas entre as moléculas de água e
os fitoesteróis. Os fitoesteróis estão sendo utilizados nos tratamentos de
dermatites e afecções por estimular o processo de cicatrização.
Luiz Morais formou-se em química e engenharia
química pela UFPA (Universidade Federal do Pará), onde também se
especializou em química de óleos e gorduras. Diretor da www.amazonoil.com.br