Por Luiz Roberto Barbosa Morais
A castanha-do-pará ou castanha do Brasil é uma árvore muito
grande, majestosa e frondosa, alcançando frequentemente uma altura de 50 metros
e mais de dois metros de base. O fruto da castanheira é chamado de ouriço e no
seu interior abriga, em media, 18 amêndoas. Para a retirada das amêndoas é
preciso quebrar o ouriço, que tem uma casca muita dura e não abre
espontaneamente.
Uma árvore adulta produz em media 125 litros de castanha (em
média 45 sementes/litro). A semente descascada possui cerca de 70% de óleo, na
prensagem mecânica (sem a utilização de solventes) retira-se 40% desse óleo, ou
seja, cada castanheira pode produzir até 50 litros de óleo.
Popularmente a amêndoa da castanha é muito utilizada como
ingrediente na culinária e na fabricação de doces. Seu valor protéico, bastante
expressivo, é de 18%, comparado como “carne vegetal”, sendo que o consumo de
duas amêndoas equivale o valor protéico de um ovo.
O leite da castanha, semelhante ao leite de coco, é usado no
preparo de pratos típicos regionais. O óleo da castanha é aplicado nos cabelos
para, em contato com o sol, clareá-los. É utilizado por adolescentes e
gestantes na prevenção de estrias. O preparo de um chá (deixando água por
algumas horas dentro do ouriço) é considerado um ótimo remédio para hepatite,
anemia e problemas intestinais.
O óleo de castanha é altamente nutritvo, contendo 75% ácidos
graxos insaturados compostos, principalmente, por palmítico, olêico e
linolêioco, além do fitoesteróis sistosterol e as vitaminas lipossolúveis A e
E. Extraído da primeira prensagem pode se obter um azeite extra-virgem, podendo
substituir o azeite de oliva por seu sabor suave e agradável e utilizado em
saladas e refogados.
A castanha é uma rica fonte em magnésio, tiamina e possui as
mais altas concentrações conhecidas de selenium (126 ppm), com propriedades
antioxidantes. Algumas pesquisas indicaram que o consumo de selênio está relacionado
com uma redução no risco de câncer de próstata e problemas de tireoides.
As proteínas encontradas são muito ricas em aminoácidos sulfurados
como cisteina (8%) e metionina (18%) e a presença desses aminoácidos
(methionine) melhora a adsorbção de selênio e outros minerais.
Luiz Morais formou-se em química e engenharia química pela
UFPA (Universidade Federal do Pará), onde também se especializou em química
de óleos e gorduras. Diretor da www.amazonoil.com.br
Óleo de castanha-do-pará: www.lojagerminar.com.br