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A intenção é fazer com que a transnacional
dos transgênicos recolha seus produtos das prateleiras e os leve de volta para
os laboratórios
Por Natasha Pitts - Adital
No próximo dia
17, o movimento “Ocupa Monsanto” realizará em várias partes do mundo um grande
protesto contra a maior produtora de transgênicos, a empresa estadunidense
Monsanto, e o uso de produtos e organismos geneticamente modificados (OGM). A
intenção é fazer com que a transnacional dos transgênicos recolha seus produtos
das prateleiras e os leve de volta para os laboratórios, de modo que eles não
cheguem até as pessoas para contaminá-las e prejudicá-las.
A principal
manifestação acontecerá na cidade de Saint Louis, condado do estado de Missouri
(EUA). A concentração será nas "portas do mal”, como é chamada a sede da
Monsanto, seus locais de pesquisa e os escritórios da empresa. Também estão
previstas ações em mais de 60 cidades da Argentina, Alemanha, Canadá,
Filipinas, entre outros países.
"A
população está preocupada pela evidência de que os alimentos transgênicos
afetam a saúde humana, mas os políticos e as empresas ignoram o protesto
político contra os produtos com modificações genéticas para proteger seus
grandes benefícios”, assinalou Rica Madrid, de Ocupa Monsanto, ao site do
movimento.
As manifestações
orquestradas que acontecerão em vários países dia 17 já tiveram uma prévia há
seis meses. Em março aconteceu o “Dia de Ação Global” com a realização de
atividades em países da África, na maioria dos países da Europa, em toda
América Latina, na Austrália e em várias partes da Ásia.
Organizações e
ativistas realizaram seus próprios eventos nos lugares escolhidos por eles
durante um ou dois dias com o intuito de chamar atenção e fazer com que a
transnacional dos transgênicos ouça a voz da população mundial.
Na grande
manifestação do dia 17, a intenção é conseguir fazer ainda mais barulho e levar
o maior número possível de pessoas para se engajar nas ações. Por isso, além de
ser convidada a participar cada pessoa é chamada também a difundir a ação que
vai acontecer em sua cidade/país. Nas redes sociais, sites e blogs, o movimento
pede que cada pessoa divulgue uma imagem como as palavras ‘Ocupa Monsanto’.
Monsanto
A
transnacional Monsanto é responsável pela produção de 90% dos transgênicos
plantados no planeta e é também líder no mercado de sementes. Esta posição faz
com que a empresa esteja no centro dos debates sobre as implicações da
utilização de grãos geneticamente modificados. Monsanto também é severamente
criticada porque não leva em consideração os custos sociais e ambientais
associados a sua atuação.
A empresa
ainda é acusada de biopirataria, de contrabando de sementes, de manipulação de
dados científicos e também de ser responsável pelo suicídio de agricultores
indianos, que se endividaram por conta dos altos custos de sementes
transgênicas e de insumos químicos necessários às plantações de transgênicos.
Por estes
motivos surgiu na Índia e está crescendo em regiões do continente
latino-americano campanhas e movimento contra a Monsanto. No Brasil, o
movimento campesino promove iniciativas de soberania alimentar alternativa e
conscientização sobre a não aceitação dos transgênicos. No Haiti, campesinos/as
recusaram a "doação” de sementes enviadas pela empresa após o terremoto de
janeiro 2010. E assim vários outros países estão tentando combater a entrada
desde produtos em suas terras.