Eleições presidenciais
dos Estados Unidos
A Bayer
é uma das principais empresas alemãs que apoia as eleições estadunidenses. Ela
doou 261 mil dólares aos republicanos, a Deutsche Telekom 193,5 mil e a Basf
128 mil. Mas a Bayer não coloca seus ovos no mesmo ninho: depositou também 119
mil dólares para os democratas. O mesmo ocorreu na eleição anterior, quando
doou 152 mil dólares aos republicanos e 115 mil aos democratas.
De
acordo com Philipp Mimkes, da Coordenação contra os perigos da Bayer (CBG), “os
lobistas e os grandes patrocinadores colaboram muito com a política americana
para evitar qualquer mudança a favor dos consumidores e do meio ambiente. Os
bens públicos são esquecidos. O nobre ideal da Constituição dos EUA – ‘um
homem, uma voz’ – foi substituído pelo desprezível princípio: ‘um dólar, um
voto’”. A CBG pede a proibição das doações feitas por empresas a partidos
políticos e aos chamados “think tanks”(1).
Nas eleições de 2010 dos EUA,
governadores, senadores e deputados, a Bayer, Basf e Eon, a gigante alemã de
energia, patrocinaram candidatos que negavam a mudança climática ou que eram
contra a uma legislação eficaz sobre o clima. A Bayer também patrocina o “The HeartlandInstitute”, que não só
nega a mudança climática, mas que contribuiu para a ascensão
do reacionário “Tea Party”. Este instituto solicita aos empresários subsídios para
financiar especialmente os blogs e organizações que, aparentemente neutros,
espalham dúvidas sobre as mudanças climáticas.
Embora seja “ilegal” uma
empresa fazer doação a um partido ou candidato, ela é livre para formar os
chamados “Comitês de Ação Política (PACs)” que recolhem doações de executivos e
parceiros comerciais aos seus candidatos.
(1) Os think tanks exercem
diversas funções. A mais conhecida é pautar o debate político por meio da
publicação de estudos, artigos de opinião e da participação de seus membros na
mídia. A mistura entre pesquisa e advocacy faz deles a ponte entre conhecimento e poder. No
sistema político altamente fragmentado dos Estados Unidos, osthink tanks assumem
tarefas de representação de diversos grupos de interesses, embora muitas vezes
com pouca transparência com relação a como são financiados. O discurso de que
defendem o "interesse público" não se sustenta diante dos nexos
existentes entre essas organizações, conglomerados econômicos ou partidos
políticos. Seu poder é ilustrado por citação bem-humorada do jornalista Steve
Waters: "Como você muda o mundo? Bem, existem os caminhos óbvios, como
tomar o poder, ser absurdamente rico ou trabalhar pesado por meio do processo
eleitoral. E existem os atalhos, como o terrorismo ou formar um think
tank" – Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-85292008000300006&script=sci_arttext
Tradução: Sandra Luiz Alves
Fonte: http://www.cbgnetwork.org/