Diante da injustiça, a covardia se veste de silêncio (Julio Ortega) - frase do blog http://www.findelmaltratoanimal.blogspot.com/

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Bayer patrocina os republicanos dos EUA


Eleições presidenciais
dos Estados Unidos


A Bayer é uma das principais empresas alemãs que apoia as eleições estadunidenses. Ela doou 261 mil dólares aos republicanos, a Deutsche Telekom 193,5 mil e a Basf 128 mil. Mas a Bayer não coloca seus ovos no mesmo ninho: depositou também 119 mil dólares para os democratas. O mesmo ocorreu na eleição anterior, quando doou 152 mil dólares aos republicanos e 115 mil aos democratas. 

De acordo com Philipp Mimkes, da Coordenação contra os perigos da Bayer (CBG), “os lobistas e os grandes patrocinadores colaboram muito com a política americana para evitar qualquer mudança a favor dos consumidores e do meio ambiente. Os bens públicos são esquecidos. O nobre ideal da Constituição dos EUA – ‘um homem, uma voz’ – foi substituído pelo desprezível princípio: ‘um dólar, um voto’”. A CBG pede a proibição das doações feitas por empresas a partidos políticos e aos chamados “think tanks”(1).

Nas eleições de 2010 dos EUA, governadores, senadores e deputados, a Bayer, Basf e Eon, a gigante alemã de energia, patrocinaram candidatos que negavam a mudança climática ou que eram contra a uma legislação eficaz sobre o clima. A Bayer também patrocina o “The HeartlandInstitute”, que não só nega a mudança climática, mas que contribuiu para a ascensão do reacionário “Tea Party”. Este instituto solicita aos empresários subsídios para financiar especialmente os blogs e organizações que, aparentemente neutros, espalham dúvidas sobre as mudanças climáticas. 

Embora seja “ilegal” uma empresa fazer doação a um partido ou candidato, ela é livre para formar os chamados “Comitês de Ação Política (PACs)” que recolhem doações de executivos e parceiros comerciais aos seus candidatos.

(1)      Os think tanks exercem diversas funções. A mais conhecida é pautar o debate político por meio da publicação de estudos, artigos de opinião e da participação de seus membros na mídia. A mistura entre pesquisa e advocacy faz deles a ponte entre conhecimento e poder. No sistema político altamente fragmentado dos Estados Unidos, osthink tanks assumem tarefas de representação de diversos grupos de interesses, embora muitas vezes com pouca transparência com relação a como são financiados. O discurso de que defendem o "interesse público" não se sustenta diante dos nexos existentes entre essas organizações, conglomerados econômicos ou partidos políticos. Seu poder é ilustrado por citação bem-humorada do jornalista Steve Waters: "Como você muda o mundo? Bem, existem os caminhos óbvios, como tomar o poder, ser absurdamente rico ou trabalhar pesado por meio do processo eleitoral. E existem os atalhos, como o terrorismo ou formar um think tank" – Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-85292008000300006&script=sci_arttext


Tradução: Sandra Luiz Alves