Diante da injustiça, a covardia se veste de silêncio (Julio Ortega) - frase do blog http://www.findelmaltratoanimal.blogspot.com/

segunda-feira, 12 de março de 2012

Argila: saúde e beleza


www.lojagerminar.com.br

A argila é provavelmente o mais milagroso dos produtos usados para tratamentos desde tempos imemoriais.
É um dos três medicamentos mais antigos e poderosos da humanidade, juntamente com a água e as plantas.
Desde Hipócrates a Galeno e Avicena, que notáveis terapeutas a têm utilizado com resultados surpreendentes.
Também Gandhi recorria à argila e até a Bíblia fala das suas propriedades curativas e "milagrosas".
Está para ser descoberta a doença que não possa melhorar através de um tratamento com argila.
Para explicar de uma forma simples a complexidade de razões porque a argila é uma substância quase universal para o tratamento de doenças, perceba-se que os seus ions negativos têm a capacidade de atrair e absorver toxinas provenientes dos ions positivos, reduzindo os níveis de toxicidade e produzindo efeitos antissépticos, antibióticos e cicatrizantes.
A argila contém sílica, alumínio, ferro, titânio, cálcio, sódio, potássio e por vezes até magnésio. As proporções destes compostos variam conforme a sua origem, mas todas têm elevada porcentagem de sílica (dióxido de silício) e alumínio, o que explica as suas propriedades cicatrizantes e anti-inflamatórias.
Existem vários tipos de argila: de um modo geral a verde é considerada a mais eficaz e de propriedades mais vastas, embora a argila branca seja melhor para colites e úlceras gástricas ou duodenais.
Existe a crença popular de que a argila é radioativa. A verdade é precisamente a contrária: está provado que a argila é antirradiotiva e ajuda a encurtar o tempo de contaminação por radioatividade de qualquer matéria.
A argila deve ser preparada num recipiente de vidro ou barro, nunca usando metal ou plástico.
Para aplicar argila sobre a pele, deve diluir-se em água termal* até fazer uma lama espessa, que depois se aplica diretamente sobre uma parte do corpo previamente lavada sem xampus ou sabonetes. A espessura da camada a aplicar pode variar conforme a intensidade e profundidade da ação que se pretende.
Para efeitos estéticos, é importante proceder do seguinte modo: a argila é escura quando está molhada e vai ficando clara quando seca - deve ser retirada imediatamente antes de ficar completamente seca.
Para fins terapêuticos, as aplicações podem durar entre poucos minutos a várias horas.
O melhor processo de remoção é com água ou chuveiro - nunca esfregar.
Se quiser aplicar sobre uma ferida aberta ou uma zona muito inflamada, deve usar-se uma gaze ou um pano fino de linho entre a pele e a camada de argila.
Pode aplicar argila em todo o corpo, mas não se deve colocar lama espessa sobre os mamilos, lábios, boca e genitais (interior da vagina na mulher, glande e testículos no homem), bem como sobre os olhos ou no interior dos ouvidos. Todas estas zonas podem ser tratadas, mas através de lavagem com água de argila.
Pode também ser usada em conjunto com outras terapias, em conjugação com plantas, óleos ou alimentos.
Em estética, os tratamentos da pele com argila são de extraordinária eficácia, sendo um excelente exemplo o efeito benéfico que têm na reafirmação de seios e como complemento nos tratamentos de redução de estrias.
Depois de um tratamento de argila deve lavar-se a pele com água corrente sem quaisquer produtos cosméticos, podendo hidratar-se a seguir com um óleo suave e neutro.
Na reafirmação de seios é muito eficaz molhar a pele com suco de limão e deixar secar sem esfregar.
A argila produz resultados muito rápidos em estética e muito lento, mas muito duradouros, na área da saúde.
É comum, nos primeiros tratamentos, verificarem-se resultados inquietantes, como o agravamento de uma ferida ou o aumento de irritação da pele: isso é normal, pois é o processo de desintoxicação e eliminação de venenos através da pele - não deve suspender o tratamento, pois a cura virá a seguir.
Se a argila aquecer muito durante o tratamento ou secar, deve substituir-se por nova aplicação.
Nunca deve voltar a usar-se argila já utilizada.
Os tratamentos de argila devem ser acompanhados com uma dieta vegetariana e água em abundância.
Quando se fazem aplicações de lama espessa em qualquer parte do corpo, convém estar inteiramente nu, num ambiente com uma temperatura confortável e ar despoluído.
Também é benéfico o banho de imersão em água a que se juntou argila.
Desde a cura de feridas e ulcerações até à redução de acidez gástrica e tumores, é inesgotável o espectro de resultados que podem ser obtidos a partir da argila, tanto no campo da saúde como no da estética. A argila tem-se provado eficiente no tratamento de úlceras, artroses, diarreia, dermatoses, tireoidismo, reumatismo e até câncer. Também é eficaz nas parasitoses, hepatites, acumulação de gases, fissuras e fístulas anais, gengivites e estomatites (principalmente as causadas por tabaco, álcool, pastilhas elásticas e guloseimas artificiais), asma, sinusite, otite, alergias diversas, tuberculose, pleurisia, pneumonia, zona, herpes, furúnculos, acne, pruridos e eczemas, taquicardia, arteriosclerose, angina de peito, reumatismo, gota, infecções urinárias ou renais, hemorróidas, varizes, celulite e redução de rugas... a lista é infindável.
A argila pode ser usada para fins específicos ou para estimular e retemperar o sistema de um modo geral.
É um produto que merece atenção, pois pode significar a diferença entre a saúde e a doença, mesmo onde tudo o resto tenha falhado...


Código Florestal: a impunidade

terça-feira, 6 de março de 2012

AMAZÔNIA – poema de Manoel de Andrade


Antes da pátria, eras úmida promessa…
semente primordial
árvore mãe
planta continental
arvoredo, floresta, selva palpitante.
Hoje canto tua  vertical beleza
o mogno gigantesco,  sua estatura secular
seu colossal diâmetro
canto essa caudalosa geografia
essa multidão de vidas que sustentas
canto o itinerário sazonal da seiva
e  essa infinita linfa…
parto de infinitas criaturas.
Canto teu verde planetário
e no teu imenso respirar,
canto o nosso pão de oxigênio…
Canto a ti… Amazônia
bosque inquietante da esperança…
e  eis porque denuncio esse machado cruel sobre  teu peito…
essa fruta milenar, dia a dia devorada.


Antes da grande nação…já eras tu…
a nação primogênita
filha dos filhos da mata.
A infância da pátria foste tu,
sílaba aborígine, idioma tupi
cerâmica, canoa e tacape
ritual, dança e canção.
Foste tu a raiz,  sangue ameríndio
o parto da nacionalidade.
Hoje canto os povos da floresta
e o desencanto dessa memória esquecida.
Falo de sobreviventes
de tribos desgarradas
de aldeias tristes
de sonhos desmatados
de segredos e tradições pirateadas
das águas lavadas na bateia do mercúrio.


Amazônia….Amazônia…
quem deterá o teu martírio
uma vida tão diversa num  adverso viver…
Falo dos teus hectares de sangue
da lâmina cruel, da pira ardente
dessa cartilha de serras, rifles e archotes
dessa morte plural
na diversidade de aves e primatas
roedores, felinos e serpentes.
Falo de uma terra de cepos
de raízes degoladas
de caules retalhados
de castanheiras preservadas… a morrer de solidão.
Falo da linha negra do fogo
e desse cemitério de troncos defumados.


Falo da floresta sitiada
por uma legião de máquinas assassinas
falo de estradas e picadas clandestinas
de súbitas clareiras
desse assalto interminável… lento e invisível.
Falo de grileiros, posseiros, garimpeiros, bandoleiros
e de terras demarcadas sob a mira das pistolas.
Falo de dragas e crateras
das águas manchadas e dos rios estropiados.
Falo da vida degradada pelas pastagens da ambição.


Amazônia…Amazônia…
com que verde vestiremos nosso mapa
acuados pelo apetite voraz das motosserras,
por uma fronteira incinerante que avança insaciável.
Acuados pelo gatilho mercenário da violência
e pelo estigma oficial da impunidade.


Passo a passo e esse avizinhar-se do colapso…
quantos fóruns se abrirão para “resolver” essa tragédia!?
Crimes silenciados na cumplicidade regional dos gabinetes…
gritos sem eco nas vozes da omissão…
acenos sem resposta nos protocolos renegados…
e o poder dos maiorais contra tudo o que respira.

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Deixaste ali teu heróico testemunho
teu seringal sagrado
teu rosto  solidário.
Contigo… caiu o tronco ensangüentado…
Tua alma…teu nome…Chico Mendes,
sobrevivem  em deslumbrante  hiléia,
na invisível bandeira das espécies
e na memória da pátria agradecida.

Depois chegaste tu…Dorothy  Stang…
estrangeira,  franzina e destemida
desafiando   víboras e chacais
e defendendo a floresta com a paz do nazareno.
Em  Anapu  ergueram teu calvário
mas  hoje  ergo aqui,  no jardim humilde da poesia,
a tua estátua de missionária imperecível.
……………………………………………………………………………………….

Amazônia… Amazônia…
Quantos ainda cairão para que sobrevivas?
Com que vozes  cantaremos a esperança
enlutados  pela ausência dos que ousaram manter suas denúncias?
quem te fará justiça?
quem suspenderá esse cerco que te aperta lentamente?
como conter teu holocausto
e a agonia silenciosa das espécies?


E eis porque canto o desencanto da árvore secular que tomba
e essa sinistra paisagem de troncos decepados…
E falo da imensa copa baqueada…
seus frutos, seus aromas
remédios e resinas,
seus colares e adereços…
Falo de samambaias e orquídeas
de cipós e de bromélias agonizantes.
De garras, patas e plumagens…
de berços destroçados, de ninhos mortos
e dessa maternidade em lágrimas.


Falo do patrimônio ambiental da pátria
da grilagem descarada
de negociatas e falsos documentos.
Falo da destruição diária e sorrateira
de pastagens criminosas
e de uma ingrata agricultura.
Falo da natureza usada e abandonada
de uma terra arrasada
e de um deserto verde que cresce…dia a dia.


Eis tu…e eu te chamo legião…
o mundo te observa e nos pergunta: por quê???
e todos nos perguntamos: até quando???
os que irão nascer perguntarão quem foste tu e por que tanto desamor…
os céus vigiam teus passos,
rastreiam teus crimes
e a tua sombra imensa que avança para o norte…
Sabem de ti o rei e os seus vassalos…
conhecem  teus látegos de aço
tua tocha incendiária
teus cúmplices e tuas vítimas
tuas mãos manchadas com o sangue da floresta…
Somos os que te acusamos
nessas sementes queimando
nessas pétalas feridas
nesses pássaros sem ninho…
Somos os que assistimos, impotentes, esse indigesto banquete,
tua dieta vegetariana
e a euforia com que brindas o lucro e o  bom negócio
nessa taça transbordante de cinzas, de sangue e de lágrimas…


Amazônia… Amazônia… sem lei, sem testemunhas…
e essa oficial improvidência…
Nada que te ampare…
nada..
Talvez um vento reverso
uma chuva perene que apague essa queimada.
Talvez um decreto impossível
uma lei implacável
a mão de Deus, quem sabe…
a espada da justiça pra sangrar os que te sangram…
algo que feche essa ferida
algo que estanque essa agonia.
Quem sabe, o refluxo imperdoável do teu próprio martírio…
uma malária cruel…
algo que empeste essa ganância…
antes… bem antes
que essa segunda geração de abutres choque também os seus filhotes.

Poema do livro CANTARES, editora Escrituras.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Óleo de copaíba


As utilizações da medicina tradicional para o óleo-resina de copaíba são muitas e indicam grandes variedades de propriedades farmacológicas. É muito apreciado como cicatrizante e anti-inflamatório para tratar infecções nas vias respiratórias e urinárias. É conhecido como um antibiótico natural que age eficazmente contra bactérias gram-positivas. No processo industrial-cosmético é utilizado como um componente de fragrância em perfumes e em preparações como sabões e cremes por suas propriedades antibactericidas, anti-inflamatórias e emolientes.


CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS E COMPOSIÇÃO DE GRAXAS

A composição química do óleo de copaíba pode ter aproximadamente 72 sesquiterpenos (hidrocarbonetos) e 28 diterpenos (ácidos carboxílicos), sendo o óleo composto por 50% de cada tipo de terpenos. Aos diterpenos são atribuídos a maioria das propriedades terapêuticas, fato comprovado cientificamente. Aos sesquiterpenos é atribuída a fração responsável pelo aroma do óleo de copaíba, bem como algumas propriedades como antiúlcera, antiviral e antirrinovírus.
Um dos principais problemas da comercialização do óleo-resina de copaíba é a sua adulteração, geralmente com óleo vegetal. Uma das formas convencionais de atestá-la é determinando seu índice de acidez – inferior a 80 mgKOH/g de óleo-resina é indício de contaminação. Quanto menor for o índice de acidez do óleo-resina de copaíba maior a quantidade de óleo vegetal nele misturado. Por sua vez, o índice de éster pode auxiliar na determinação do tipo de contaminante, se o índice de éster for superior a 23 mgKOH/g de óleo-resina, indicara que o contaminante é material graxo, ou seja óleo vegetal ou animal. Se for menor indicará que o contaminante é não-graxo, exemplo óleo mineral. Em pequenas oficinas de capacitação o teste volumétrico é ensinado nas comunidades e muito bem assimilado Com soluções preparadas em laboratórios que duram até um ano, estes testes simples podem evitar que o óleo-resina contaminado seja aceito nas associações e cooperativas que comercializam o produto sem a necessidade de um laboratório completo de análise.

Luiz Roberto Barbosa Morais e Ekkehard Gutjahr – do livro QUÍMICA DE OLEAGINOSAS: VALORIZAÇÃO DA BIODIVERSIDADE AMAZÔNICA (CHEMISTRY OF VEGETABLE OILS: VALORIZATION OF THE AMAZON BIODIVERSITY)


Õleo de copaíba em: www.lojagerminar.com.br