O Projeto Favela Orgânica é uma iniciativa pioneira que teve origem nas comunidades Babilônia e Chapéu
Mangueira, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro. Surgiu em setembro de 2011,
com apenas R$140,00, como fruto do olhar sensível e da iniciativa de Regina
Tchelly. Com os objetivos de modificar a relação das pessoas com os alimentos,
evitar o desperdício, cuidar do ambiente e mostrar que é possível acabar com a fome,
o projeto já levou suas oficinas e palestras para outros estados do Brasil,
como Bahia, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Minas Gerais, São Paulo, Santa
Catarina, Paraná, Maranhão, Rio Grande do Sul e para o Distrito Federal, além
do exterior, na França, Itália e Uruguai.
Sua missão é modificar a relação do
ser humano com os alimentos, conscientizando as pessoas sobre cada etapa do
ciclo da alimentação: começando do planejamento das compras e indo até o
preparo e o descarte do alimento. Desta forma, possibilita a criação de hábitos
e práticas alimentares responsáveis em relação ao meio ambiente e saudáveis
para famílias e comunidades. Plantar ou planejar as compras, escolher os
alimentos, preparar as refeições, consumi-las e cuidar minuciosamente dos resíduos
são ações de extrema importância, que demonstram amor ao próximo e ao nosso
planeta.
Ao participar das oficinas e
palestras do projeto, é possível ampliar sua visão sobre o alimento, ao
valorizar cascas, talos e sementes – que geralmente são descartados – como
ingredientes e fontes de nutrientes. Enriquecendo, assim, sua cultura alimentar
ao descobrir novos paladares e aumentando a qualidade de sua alimentação com a
incorporação de novos pratos ao cotidiano. O objetivo é despertar em cada
pessoa a responsabilidade pela construção de um mundo melhor, mais justo e
saudável.
O Favela Orgânica também promove uma
mudança na cultura de consumo e desperdício: compra-se menos e gera-se mais
comida com a mesma quantidade de alimentos quando esses são aproveitados integralmente.
As partes não aproveitadas na produção da refeição passam a serem vistas como
matéria prima para a produção de adubo e não mais como lixo.
O termo “orgânica” que compõe o nome
do projeto tem o sentido de valorizar a intimidade que nós seres humanos
deveríamos ter com os alimentos que nos nutrem e a relação entre nosso corpo e
a terra. O nome “orgânica” para o projeto quer lembrar o sentido de vida, de
amor que é o de devolver para a terra o que ela nos dá com sabedoria.