Por Sandra Luiz Alves
“Amazônia… Amazônia…
“Amazônia… Amazônia…
Quantos ainda cairão para que sobrevivas?
Com que vozes cantaremos a esperança
enlutados pela ausência dos que ousaram manter suas denúncias?
quem te fará justiça?
quem suspenderá esse cerco que te aperta lentamente?
como conter
teu holocausto
e a agonia silenciosa das espécies?
Com que vozes cantaremos a esperança
enlutados pela ausência dos que ousaram manter suas denúncias?
quem te fará justiça?
quem suspenderá esse cerco que te aperta lentamente?
e a agonia silenciosa das espécies?
E eis porque canto o desencanto da árvore secular que tomba
e essa sinistra paisagem de troncos decepados…
E falo da imensa copa baqueada…
seus frutos, seus aromas
remédios e resinas,
seus colares e adereços…
e essa sinistra paisagem de troncos decepados…
E falo da imensa copa baqueada…
seus frutos, seus aromas
remédios e resinas,
seus colares e adereços…
(extrato do poema Amazônia, de Manoel de
Andrade)
De solo arenoso, ácido e pobre a Amazônia tem apenas cerca
de 10cm de superfície de matérias orgânicas fornecidas pelos
indivíduos botânicos (folhas, galhos, algas e microorganismos). Isto
é, a floresta tem um ecossistema sensível e o desmatamento
pode gerar a desertificação.
Em estudos do IBGE, “estima-se que 91% da água subterrânea
do Brasil estariam em aquíferos porosos, dos quais 49,45% estariam na Amazônia
Legal, ou seja, a região responde por cerca de 45% de toda a água subterrânea
do país”, além de sua vegetação ser fundamental para o equilíbrio de processos
erosivos na Amazônia”.
O engenheiro químico, Luiz Roberto Morais, formado
pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e diretor da Amazon
Oil, disse que “com a diversidade de oleaginosas que temos nesta floresta, que
pode ser domesticada e consorciada, plantar palma e soja é um absurdo. Com
práticas monoculturais como
essas, instalamos a miséria, aproveitando mão de obra barata e tiramos a
dignidade dos povos da floresta… Podemos ser uma opção de desenvolvimento sem
devastação.
A floresta como
alimento, saúde e estética (A)
Açaí: alimento energético, com valor calórico superior
ao leite e teor duplo de lipídios. Possui carboidrato e potássio para a
produção de energia essencial; proteínas para o desenvolvimento do músculo;
fibras para as funções intestinais; antocianos para o controle do colesterol;
ferro para a oxigenação e células do sangue; vitaminas E e A, antioxidantes
para a prevenção do câncer; cálcio para o fortalecimento dos ossos, prevenindo
contra a osteoporose; e vitamina B1 para a maleabilidade do esqueleto e sua
manutenção.
Andiroba, óleo de: fortalece os cabelos, alivia dores
causadas por baques, luxações, artrite e reumatismo, atuando também como calmante da pele e
clareador de manchas suferficiais. A vela é usada como repelente eficaz para o
mosquito Aedes aegypti, vetor da febre amarela e da dengue. Ao ser
queimada, exala um agente ativo que inibe a fome do mosquito, conseqüentemente,
reduz a sua necessidade de picar as pessoas. Pesquisas revelaram uma eficiência
de 90% na repelência do mosquito, resultado jamais encontrado em qualquer
outro produto existente no mercado destinado ao combate do inseto. Além desta
característica, a vela é totalmente atóxica, não produz fumaça e não contém
perfume.
Argila: ela é caulinítica (com teores de sílica,
alumínio, ferro, titânio, cálcio, algumas possuem magnésio, sódio, potássio,
zircônio e fósforo). É antirradioactiva e reduz os níveis de toxidade,
produzindo efeitos antissépticos, antibióticos e cicatrizantes. Utilizada em
cataplasma; esfoliante; problemas de artrose, dermatrose, reumatismo, acnes,
herpes, furúnculos, entre outros.
Fontes
Morais, Luiz Roberto Barbosa – Gutjahr, Ekkehard: Livro
“Química de oleaginosas – valorização da biodiversidade Amazônica”, aguardando
publicação.
Amazon Oil – http://amazonoil.com.br/
Laranjeira, Pedro – http://laranjeira.com/saude/argila.shtml