Diante da injustiça, a covardia se veste de silêncio (Julio Ortega) - frase do blog http://www.findelmaltratoanimal.blogspot.com/

sexta-feira, 11 de maio de 2012

A saúde que vem da floresta

Por Sandra Luiz Alves


“Amazônia… Amazônia…
Quantos ainda cairão para que sobrevivas?
Com que vozes  cantaremos a esperança
enlutados  pela ausência dos que ousaram manter suas denúncias?
quem te fará justiça?
quem suspenderá esse cerco que te aperta lentamente?
como conter teu holocausto
e a agonia silenciosa das espécies?


E eis porque canto o desencanto da árvore secular que tomba
e essa sinistra paisagem de troncos decepados…
E falo da imensa copa baqueada…
seus frutos, seus aromas
remédios e resinas,
seus colares e adereços…
(extrato do poema Amazônia, de Manoel de Andrade)


De solo arenoso, ácido e pobre a Amazônia tem apenas cerca de 10cm de superfície de matérias orgânicas fornecidas pelos indivíduos botânicos (folhas, galhos, algas e microorganismos). Isto é, a floresta tem um ecossistema sensível e o desmatamento pode gerar a desertificação.

Em estudos do IBGE, “estima-se que 91% da água subterrânea do Brasil estariam em aquíferos porosos, dos quais 49,45% estariam na Amazônia Legal, ou seja, a região responde por cerca de 45% de toda a água subterrânea do país”, além de sua vegetação ser fundamental para o equilíbrio de processos erosivos na Amazônia”.

O engenheiro químico, Luiz Roberto Morais, formado pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e diretor da Amazon Oil, disse que “com a diversidade de oleaginosas que temos nesta floresta, que pode ser domesticada e consorciada, plantar palma e soja é um absurdo. Com práticas monoculturais como essas, instalamos a miséria, aproveitando mão de obra barata e tiramos a dignidade dos povos da floresta… Podemos ser uma opção de desenvolvimento sem devastação.


A floresta como alimento, saúde e estética (A)

Açaí: alimento energético, com valor calórico superior ao leite e teor duplo de lipídios. Possui carboidrato e potássio para a produção de energia essencial; proteínas para o desenvolvimento do músculo; fibras para as funções intestinais; antocianos para o controle do colesterol; ferro para a oxigenação e células do sangue; vitaminas E e A, antioxidantes para a prevenção do câncer; cálcio para o fortalecimento dos ossos, prevenindo contra a osteoporose; e vitamina B1 para a maleabilidade do esqueleto e sua manutenção.

Andiroba, óleo de: fortalece os cabelos, alivia dores causadas por baques, luxações, artrite e reumatismo, atuando também como calmante da pele e clareador de manchas suferficiais. A vela é usada como repelente eficaz para o mosquito Aedes aegypti, vetor da febre amarela e da dengue. Ao ser queimada, exala um agente ativo que inibe a fome do mosquito, conseqüentemente, reduz a sua necessidade de picar as pessoas. Pesquisas revelaram uma eficiência de 90% na repelência do mosquito, resultado jamais encontrado em qualquer outro produto existente no mercado destinado ao combate do inseto. Além desta característica, a vela é totalmente atóxica, não produz fumaça e não contém perfume.

Argila: ela é caulinítica (com teores de sílica, alumínio, ferro, titânio, cálcio, algumas possuem magnésio, sódio, potássio, zircônio e fósforo). É antirradioactiva e reduz os níveis de toxidade, produzindo efeitos antissépticos, antibióticos e cicatrizantes. Utilizada em cataplasma; esfoliante; problemas de artrose, dermatrose, reumatismo, acnes, herpes, furúnculos, entre outros.


Fontes
Morais, Luiz Roberto Barbosa – Gutjahr, Ekkehard: Livro “Química de oleaginosas – valorização da biodiversidade Amazônica”, aguardando publicação.
Amazon Oil  – http://amazonoil.com.br/