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segunda-feira, 13 de junho de 2011

FCFRP desenvolve medicamento feito com óleo de copaíba

Bruno Leite / USP Online


Não é incomum que alguém se refira à região amazônica como "farmácia viva". Isso porque muitas das plantas encontradas na floresta são conhecidas pelas populações locais por suas supostas propriedades medicinais que, não raro, são comprovadas por estudos científicos. É o caso da copaíba (árvore encontrada em todo o Brasil, mas com maior concentração na Amazônia), cujo óleo é estudado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP.


Está em desenvolvimento na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP um anti-inflamatório proveniente do óleo da copaíba, árvore encontrada em todo o Brasil, mas com maior concentração na Amazônia.
Os índios brasileiros já utilizavam o óleo como remédio antes da chegada dos portugueses e, ainda hoje, é muito fácil encontrá-lo em feiras ou lojas de produtos naturais ou fitoterápicos. Popularmente, atribui-se ao óleo as propriedades anti-inflamatória, antimicrobiana e cicatrizante. Por enquanto, ao menos a primeira foi comprovada há alguns anos pelo estudo da FCFRP, coordenado pelo professor Osvaldo de Freitas. Atualmente, o professor pesquisa a formulação de um medicamento à base da planta.
Freitas explica que mesmo após comprovada a capacidade anti-inflamatória, há muitos passos antes de produzir algo que possa ser comercializado. “Medicamento é diferente de remédio. Como remédio, o óleo de copaíba já é usado, mas medicamento precisa passar por vários testes científicos, ser registrado pela Anvisa”, diz.
A formulação do medicamento, desenvolvida em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e com a Health, empresa farmacêutica privada da cidade de Indaiatuba, já foi aprovada para uso em animais e deve começar a ser testada em seres humanos (testes clínicos) em breve, assim que houver financiamento.
Fiscalizações
Freitas acredita que dentro de quatro ou cinco anos o produto poderá ser comercializado — fatores como financiamento para os estudos e a autorização dos órgãos competentes influenciarão no processo. Isso porque a fabricação em escala comercial de um medicamento dependeria da atividade extrativista. Porém, como a extração do óleo pode ser feita sem derrubar as árvores, o professor garante que não causaria nenhum dano. “O impacto ambiental é positivo porque é um incentivo para que a florestas fiquem de pé e continuem fornecendo a matéria prima”, destaca.
Cabe ao Ibama, além de avaliar o impacto ambiental, decidir se o medicamento estaria na categoria de Patrimônio Genético e de Conhecimento Tradicional Associado, mecanismo criado para evitar a biopirataria. Se for julgado assim, parte do lucro obtido com a possível futura venda do produto iria para a comunidade de produtores do óleo da região amazônica.
Depois que o desenvolvimento do anti-inflamatório for concluído, o grupo de pesquisa continuará estudando o óleo de copaíba, mas para tentar comprovar outra característica que lhe é atribuída, a antimicrobiana.
bruno.leite@usp.br

2 comentários:

  1. Infelizmente, a sua venda nas farmacias homeopaticas ou de manipulacao está proibida. Não sei exatamente a razao. Alguém ai poderia me explicar?

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  2. A Anvisa baixou uma norma sobre a comercialização de copaíba proibindo a sua venda em cápsulas para ingestão.

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