Diante da injustiça, a covardia se veste de silêncio (Julio Ortega) - frase do blog http://www.findelmaltratoanimal.blogspot.com/

segunda-feira, 28 de março de 2011

Líbia: uma pausa para a política

EUA cometem crimes monstruosos na Líbia

Por Miguel Urbano Rodrigues

Os EUA e os seus aliados repetem na Líbia crimes contra a humanidade similares aos cometidos no Iraque e no Afeganistão.

A agressão ao povo líbio difere das outras apenas porque o discurso que pretende justificá-la excede o imaginável no tocante à hipocrisia.

A encenação prévia, pela mentira e perfídia, traz à memória as concebidas por Hitler na preparação da anexação da Áustria e das campanhas que precederam a invasão da Checoslováquia e da Polônia.

Michel Chossudovsky, James Petras e outros escritores progressistas revelaram em sucessivos artigos - citando fontes credíveis - que a rebelião de Benghazi foi concebida com grande antecedência e minúcia e alertaram para o papel decisivo nela desempenhado pelos serviços de inteligência dos EUA e do Reino Unido.

A suposta hesitação dos EUA em apoiar a Resolução do Conselho de Segurança da ONU que criou a chamada zona de "exclusão aérea", e posteriormente, em assumir a "coordenação das operações militares" foi também uma grosseira mentira. Farsa idêntica caracterizou o debate em torno da transferência para a NATO do comando da operação dita "Amanhecer de Odisseia", titulo que ofende o nome e a epopéia do herói de Homero.

O Pentágono tinha elaborado planos de intervenção militar na Líbia muito antes das primeiras manifestações em Benghazi, quando ali apareceram as bandeiras da monarquia fantoche inventada pelos ingleses após a expulsão dos italianos. Tudo isso se acha descrito em documentos (alguns constantes de correspondência diplomática divulgada pela Wikileaks) que principiam agora a ser tornados públicos por webs alternativos.

Os crimes encobertos

Os discursos dos responsáveis pela agressão ao povo líbio e a torrencial e massacrante campanha de desinformação montada pela grande mídia ocidental, empenhada na defesa e apologia da intervenção militar, são diariamente desmentidos pela tragédia que se abateu sobre a Tripolitania, ou seja o ocidente do país controlado pelo governo.

Hoje não é mais possível desmentir que o texto da Resolução do CS - que não teria sido aprovado sem a abstenção cúmplice da Rússia e da China – foi desafiadoramente violado pelos Estados agressores.

Os ataques aéreos não estavam previstos. Mas foram imediatamente desencadeados pela força aérea francesa e pelos navios de guerra dos EUA e do Reino Unido que dispararam em tempo mínimo mais de uma centena de mísseis de cruzeiro Tomahwac sobre alvos muito diferenciados.

Têm afirmado repetidamente os governantes dos EUA do Reino Unido, da França, da Itália que a "intervenção é humanitária" para proteger as populações e que "os danos colaterais" por ela provocados são mínimos.
Mentem consciente e descaradamente.

As "bombas inteligentes" não são cegas. Têm atingido, com grande precisão, depósitos de combustíveis e de produtos tóxicos, pontes, portos, edifícios públicos, quartéis, fábricas, centrais eléctricas, sedes de televisões e jornais. Reduziram a escombros a residência principal de Muamar Khadafi.

Um objectivo transparente foi a destruição da infra-estrutura produtiva da Líbia e da sua rede de comunicações.

Outro objectivo prioritário foi semear o terror entre a população civil das áreas bombardeadas.

Afirmaram repetidas vezes o secretario da Defesa Robert Gates e o secretario do Foreign Ofice, William Haggue, que as forças daquilo a que chamam a "coligação" mandatada pelo Conselho de Segurança, não se desviaram das metas humanitárias de "Odisséia". Garantem que o número de vítimas civis tem sido mínimo e, na maioria dos bombardeamentos cirúrgicos, inexistente.

Não é o que informam os correspondentes de alguns influentes veículos ocidentais e árabes.

Segundo a Al Jazeera e jornalistas italianos, o "bombardeio humanitário" de Adhjedabya foi na realidade uma matança sanguinária, executada com requintes de crueldade.

Outros repórteres utilizam a palavra tragédia para definir os quadros dantescos que presenciaram em bairros residenciais de Tripoli.

Generais e almirantes norte-americanos e britânicos insistem em negar que instalações não militares ou afins tenham sido atingidas. É outra mentira.

As ruínas de um hospital de Tripoli e de duas clínicas de Ain Zara, apontadas ao céu azul do deserto líbio, expressam melhor do que quaisquer palavras a praxis dos "bombardeios humanitários". Jornalistas que as contemplaram e falaram com sobreviventes do massacre, afirmam que em Ain Zara não havia um só militar nem blindados, sequer armas.

Numa tirada de humor negro, no primeiro dia da agressão, um oficial dos EUA declarou que a artilharia anti-aérea líbia ao abrir fogo contra os aviões aliados que bombardeavam Tripoli estava a "violar o cessar-fogo" declarado por Khadafi.

Cito o episódio por ser expressivo do desvario, do farisaísmo, do primarismo dos executantes da abjecta agressão ao povo líbio, definida como "nova cruzada" por Berlusconi, o clown neofascista da coligação ocidental.

Khadafi é o sucessor de Ben Laden como inimigo número um dos EUA e dos governantes que há poucos meses o abraçavam ainda fraternalmente.

O dirigente líbio não me inspira hoje respeito. Acredito que muitos dos seus compatriotas que participam na rebelião da Cirenaica e exigem o fim do seu regime despótico atuam movidos por objectivos louváveis.

Mas invocar a personalidade e os desmandos de Muamar Khadafi no esforço para apresentar como exigência de princípios e valores da humanidade a criminosa agressão ao povo de um país soberano é o desfecho repugnante de uma ambiciosa estratégia imperialista.

O subsolo líbio encerra as maiores reservas de petróleo (o dobro das norte-americanas) e de gás da África. Tomar posse delas é o objectivo inconfessado da falsa intervenção humanitária.

É dever de todas as forças progressistas que lutam contra a barbárie imperialista desmascarar a engrenagem que mundo afora qualifica de salvadora e democrática a monstruosa agressão à Líbia.

A Síria pode ser o próximo alvo. Isso quando não há uma palavra de crítica às monarquias teocráticas da Arábia Saudita, do Bahrein, dos Emirados.

Uma nota pessoal a terminar. Os líderes da direita Européia, de Sarkozy e Cameron à chanceler Merkel, cultivam nestes dias – repito - o discurso da hipocrisia. Nenhum, porém, consegue igualar na mentira e na desfaçatez a oratória de Barack Obama, que, pelos seus atos, responderá perante a História pela criminosa política externa do seu país, cujo povo merecia outro presidente.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Curso de Alimentação Viva - Juliana Malhardes


Juliana Malhardes


Workshop
INTRODUÇÃO A ALIMENTAÇÃO VIVA NA VISÃO ECOLÓGICA
Programa:
-Dialogando sobre Meio Ambiente e Meu Ambiente
-Apresentação da Alimentação Viva na Visão Ecológica
-Como Germinação de Sementes e Cultivar brotos em apartamentos
-A importância dos SUCOS VERDES com sementes germinadas
-Demonstração Culinária dos Sucos
-Degustação
-Bazar Didático – Apostilas e acessórios para Culinária Viva.
Incluí: Receitas da Aula de Culinária Viva, com sugestões de variação e degustação.
Data: 26 de Março
Horário: 16 às 18hs
Local: Rua Gavião Peixoto, 182 – sala 416 – Center IV - Niterói-RJ
Investimento:
Até 19 de março: R$ 80,00
Na semana:  R$ 95,00
Informações e inscrições:
tel.: (21) 3701.5705 e 8349.6244

terça-feira, 8 de março de 2011

Patauá, mais uma palmeira amazônica



Juvenal Pereira - Especial para "O Estado"
A exemplo do açaí, mais uma palmeira amazônica promete ganhar popularidade: o patauá, de cujas sementes extrai-se um óleo de múltiplos usos, desde o culinário, até o cosmético e como combustível, substituindo o óleo diesel. Em alguns meses do ano, também, o vinho do patauá, que é o suco extraído das sementes, é vendido no mercado informal de sucos em Rio Branco (AC).

SEMENTES EM CACHO - Óleo é o item mais valorizado do patauá
Além disso, estudo feito em 2004 por Daisy Gomes-Silva e Lucia Wadt, bolsista do CNPq e pesquisadora da Embrapa, constatou que o óleo de patauá é rico em aminoácidos e gorduras insaturadas usadas contra o colesterol. Resíduos da extração do óleo têm sido estudados como suplemento alimentar na pecuária.
Em Belém (PA), para difundir o potencial do óleo do patauá o engenheiro químico Luiz Morais, proprietário da fábrica de cosméticos Curupira, dá oficinas, sobretudo métodos higiênicos de extração do óleo. Depois, adquire os produtos para usar na sua fábrica.
Recentemente, também, o empresário rural e do ramo de navegação na Amazônia, o mineiro João Salim, reuniu uma equipe na Expedição Patauá, que saiu do porto de Belém em um navio até Breves (PA). Algumas amêndoas do patauá, daquela região, foram enviadas ao Departamento de Gorduras e Óleos da Faculdade de Engenharia da Alimentação da Unicamp para análise de seus componentes e na composição do óleo, do vinho e dos resíduos. Em apenas uma filtragem o óleo pode ser consumido. Ainda citando os estudos de Daisy e Lucia Wadt, "o patauá e outras palmeiras como açaí, buriti, murumuru e tucumã podem formar um grupo potencial da floresta nativa, atuando como fonte de renda para as comunidades locais e contribuindo com a proposta de desenvolvimento sustentável".


INFORMAÇÕES:
Luiz Morais
Telefone. (91) 3237-2231

sexta-feira, 4 de março de 2011

Animais são vetados em desfile da Tom Maior; escola não se pronuncia

São Paulo – Depois de não comparecer em audiência, a escola de samba paulistana Tom Maior está proibida de levar amanhã para o sambódromo do Anhembi uma jaguatirica, uma suçuarana e uma iguana, como pretendia o presidente da entidade, Marko Antonio de Souza. Tanto o Ministério Público Federal (MPF) quanto o Ministério Público Estadual de São Paulo estão tomando medidas para que integrantes da escola sejam conduzidos para a delegacia, caso desrespeitem a Lei de Crimes Ambientais e apareçam com os bichos para o desfile.
O presidente da agremiação paulistana não compareceu ontem a uma audiência no Ministério Público Estadual e também não respondeu a um ofício enviado pelo MPF. “Eu não vou comentar esse assunto”, afirmou o presidente ao ser questionado porque não havia comparecido à audiência. Também deu a mesma resposta para a pergunta se estava mantida ou não a presença dos felinos e da iguana na abertura do desfile.
O procurador da República, Adilson Paulo Prudente do Amaral Filho, do MPF, afirmou que vai estender até hoje o prazo para que a escola se pronuncie. “Caso não dê uma resposta, já vou afirmando que não vai levar os animais, e vou notificá-los sobre os crimes em que estão incorrendo.”
A outra medida que o procurador vai tomar será acionar o comando da Polícia Militar (PM) que atuará no sambódromo, a partir de amanhã. “Vou pedir para que fiquem alertas. Caso os sambistas apareçam com os animais, deverão ser imediatamente conduzidos para a Polícia Federal e vão passar todo o desfile sentados na delegacia”, adiantou. Segundo ele, não apenas o presidente, mas todos os integrantes da escola que estiverem notificados na operação vão ser autuados.
Ainda de acordo com o procurador, o uso de bichos no desfile de escolas de samba fere o artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais – utilização não autorizada de animais silvestres. E ainda há o risco de se incorrer no artigo 32 – maus-tratos. As informações são do Jornal da Tarde.

Matéria retirada de http://vista-se.com.br/redesocial/animais-sao-vetados-em-desfile-da-tom-maior-escola-nao-se-pronuncia/