Por Sônia
T. Felipe
O sujeito quer dar uma virada na sua
vida. Quer fazer algo para o bem. Algo que dê finalmente à sua existência um
éthos ou caráter, uma marca da qual ele não pretende se livrar. Quer tomar uma
decisão radical, para limpar de sua vida o que representa o descaso em relação
à vida, ao bem próprio e à liberdade e direitos dos animais. Então, certo de
que abolir da dieta todos os alimentos que contenham derivados de animais
mortos ou vivos é sua decisão moral prioritária, o sujeito dá início à sua nova
vida, moral e gastronomicamente.
No desjejum, abre um pacote de cereais
processados, uma caixinha de suco de frutas processado, ou de leite de soja
industrializado, carregado de glifosato. Junta isso numa tigela e come. Feliz.
Conseguiu comer sem precisar de pão que tem leite e ovos na massa, ou manteiga
para passar nas fatias. Não precisou botar leite no café. Não usou queijo no
sanduíche.
No lanche, pela metade da manhã,
consegue uma esfiha sem queijo, assada e com recheio vegetal. Come. Venceu a
segunda armadilha do dia, sem violar sua decisão de jamais voltar a comer
coisas de origem animal.
No almoço, vai direto ao balcão de
serviço de auto atendimento e faz seu prato com massa, arroz branco, batata
frita, uma ou duas colheres de feijão, uma folha de alface, duas rodelas de
tomate bastante azeite de oliva e umas salsichas defumadas veganas.
Continuação em: http://www.anda.jor.br/28/05/2013/dieta-insana