Diante da injustiça, a covardia se veste de silêncio (Julio Ortega) - frase do blog http://www.findelmaltratoanimal.blogspot.com/

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Animais continuam sofrendo e sendo mortos pela indústria dos cosméticos

Por Steve Boggan
Traduzido por Giovanna Chinellat

A maior parte das pessoas acha que os testes de cosméticos não são mais realizados em animais - não se iluda...

Quando Jenny Brown concordou em fazer uma investigação secreta sobre testes em animais de uma alternativa ao botox, ela sabia que poderia ser um pouco desagradável, mas nada a prepararia para isso: técnicos altamente treinados ajoelhando no chão enquanto tentavam quebrar o pescoço de ratos com uma caneta esferográfica.

Matéria completa na Agência ANDA

O desaparecimento das abelhas

Por NeyLima

As abelhas são seres profundamente importante no sistema de manutenção da vida na terra. Os celeiros do mundo já estão em risco, por conseguinte, a civilização atual. Em época já de escassez e carestia, um fator a agravar. Enquanto os sistemas econômicos estiverem alinhavados por uma consciência sem sustentabilidade, o conflito será inevitável.

Matéria completa no blog do Luiz Nassif

domingo, 16 de janeiro de 2011

Papinha ou aleitamento materno?



Por Koldo Campos Sagaseta*

Com o risco de me acharem ingênuo, a verdade é que acreditava que cientistas e pesquisadores eram imunes aos tempos atuais, que mantinham sua indispensável independência, seus critérios pessoais, e fico decepcionado em comprovar que não é assim. Eles não estão à margem dos interesses que regulam nossas vidas e misérias. O mesmo que ocorre com os políticos e prostitutas, prestam contas para quem os pagam e só ensinam o que estes pedem.
Uma equipe de pediatras do Instituto de Saúde Infantil da Universidade “College London” (UCL), segundo informa a revista “British Medical Journal”, chegou à conclusão que a partir dos quatro meses é preferível alimentar os bebês com as papinhas, em função da falta de ferro e às alergias apresentadas no leite materno, asseguram.Ignoro quem está subsidiando este instituto, mas não descartaria a relação entre os resultados de seu estudo e o patrocinador.
Dizer que uma papinha é mais nutritiva que o leite materno é tão absurdo como achar que é mais conveniente urinar pelos ouvidos.
E que fique constatado que não pretendo julgar o poder nutritivo de uma boa papinha, nem o sabor de um “marmitako”(1), como não reprovo a salada de lagosta, cozido de grão-de-bico (2), mas um bebê necessita de leite, e o melhor leite é o natural, de sua mãe, porque contêm todos os nutrientes que um bebê necessita, é de temperatura adequada, toma da melhor maneira possível que é através do peito materno. Além disso, oferece serviço 24 horas por dia e é completamente gratuito.
Portanto, se você pode amamentar seu bebê porque nenhuma força maior a impede, se a sua religião não a censura e nem o seu governo proíbe, repita comigo: “Mãe nossa que nos dá o seio, santificada seja sua obra, venha a nós o seu leite que nos nutre através de um peito ou de outro, o vosso leite de cada dia dá-nos hoje, e não compre substitutos assim como tampouco os reclamamos, porque não há nada mais saudável que os mamilos, mas livra-nos do mal... Nestlé.
(1)   Marmitako (vem de marmita) é um prato típico dos pescadores do país Vasco (Basco).
(2)   O autor da matéria faz referência à receita “cocido de garbanzos o los callos”, de Madri.

*Nasceu em Pamplona (País Vasco) e se naturalizou na República Dominicana. É poeta e dramaturgo. Vive com sua filha Irene e três gatas: Lola, Fefita e “A Outra”.

sábado, 15 de janeiro de 2011

O preço de não escutar a natureza

Por Leonardo Boff


O cataclisma ambiental, social e humano que se abateu sobre as três cidades serranas do Estado do Rio de Janeiro, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, na segunda semana de janeiro, com centenas de mortos, destruição de regiões inteiras e um incomensurável sofrimento dos que perderam familiares, casas e todos os haveres tem como causa mais imediata as chuvas torrenciais, próprias do verão, a configuração geofísica das montanhas, com pouca capa de solo sobre o qual cresce exuberante floresta subtropical, assentada sobre imensas rochas lisas que por causa da infiltração das águas e o peso da vegetação provocam frequentemente deslizamentos fatais.

Culpam-se pessoas que ocuparam áreas de risco, incriminam-se políticos corruptos que destribuíram terrenos perigosos a pobres, critica-se o poder público que se mostrou leniente e não fez obras de prevenção, por não serem visíveis e não angariarem votos. Nisso tudo há muita verdade. Mas nisso não reside a causa principal desta tragédia avassaladora.

A causa principal deriva do modo como costumamos tratar a natureza. Ela é generosa para conosco pois nos oferece tudo o que precisamos para viver. Mas nós, em contrapartida, a consideramos como um objeto qualquer, entregue ao nosso bel-prazer, sem nenhum sentido de responsabilidade pela sua preservação nem lhe damos alguma retribuição. Ao contrario, tratamo-la com violência, depredamo-la, arrancando tudo o que podemos dela para nosso benefício. E ainda a transformamos numa imensa lixeira de nossos dejetos.

Pior ainda: nós não conhecemos sua natureza e sua história. Somos analfabetos e ignorantes da história que se realizou nos nossos lugares no percurso de milhares e milhares de anos. Não nos preocupamos em conhecer a flora e a fauna, as montanhas, os rios, as paisagens, as pessoas significativas que ai viveram, artistas, poetas, governantes, sábios e construtores.

Somos, em grande parte, ainda devedores do espírito científico moderno que identifica a realidade com seus aspectos meramente materiais e mecanicistas sem incluir nela, a vida, a consciência e a comunhão íntima com as coisas que os poetas, músicos e artistas nos evocam em suas magníficas obras. O universo e a natureza possuem história. Ela está sendo contada pelas estrelas, pela Terra, pelo afloramento e elevação das montanhas, pelos animais, pelas florestas e pelos rios. Nossa tarefa é saber escutar e interpretar as mensagens que eles nos mandam.

Os povos originários sabiam captar cada movimento das nuvens, o sentido dos ventos e sabiam quando vinham ou não trombas d’água. Chico Mendes com quem participei de longas penetrações na floresta amazônica do Acre sabia interpretar cada ruído da selva, ler sinais da passagem de onças nas folhas do chão e, com o ouvido colado ao chão, sabia a direção em que ia a manada de perigosos porcos selvagens. Nós desaprendemos tudo isso. Com o recurso das ciências lemos a história inscrita nas camadas de cada ser. Mas esse conhecimento não entrou nos currículos escolares nem se transformou em cultura geral. Antes, virou técnica para dominar a natureza e acumular.

No caso das cidades serranas: é natural que haja chuvas torrenciais no verão. Sempre podem ocorrer desmoronamentos de encostas. Sabemos que já se instalou o aquecimento global que torna os eventos extremos mais freqüentes e mais densos. Conhecemos os vales profundos e os riachos que correm neles. Mas não escutamos a mensagem que eles nos enviam que é: não construir casas nas encostas; não morar perto do rio e preservar zelosamente a mata ciliar. O rio possui dois leitos: um normal, menor, pelo qual fluem as águas correntes e outro maior que dá vazão às grandes águas das chuvas torrenciais. Nesta parte não se pode construir e morar.

Estamos pagando alto preço pelo nosso descaso e pela dizimação da mata atlântica que equilibrava o regime das chuvas. O que se impõe agora é escutar a natureza e fazer obras preventivas que respeitem o modo de ser de cada encosta, de cada vale e de cada rio.

Só controlamos a natureza na medida em que lhe obedecemos e soubermos escutar suas mensagens e ler seus sinais. Caso contrário teremos que contar com tragédias fatais evitáveis.